quarta-feira, 3 de março de 2010

HAVANA



O mundo dorme no seu próprio ego.
Ninguém sabe, mas eu vejo, eu sinto,
Estou aqui e junto as peças deste lego.
A liberdade está ali dentro dele e eu pinto
A tinta iletrada de tudo e nada,
De um mundo pobre de bolso,
De um mundo rico de espírito e fachada.
Mas admiro o esforço.
A vida lá fora é medonha: ruas pobres e imundas.

Transpiro o cheiro, a sede de mais dos demais transeuntes
desta vila do mundo para o mundo.
Tudo fica confuso.
é transparente e azul
como o céu do sul.
Por outro lado é escuro, puro.
É liberdade fechada
Imprópria para consumo.

E acendo mais um e fumo.

Salta. Salta todas as vezes necessárias.
Se me deixares eu salto contigo
De Havana tu és filho
Porque a vida é um sarilho.


Ana Lucas

1 comentário:

  1. Parabéns Ana Lucas. Gostei muito do teu poema repentino face a essa fotografia.
    Francisco de Pina Queiroz

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